Aceitando a proposta de nossa leitora Patrícia, estamos inaugurando uma área que deverá, sempre semanalmente, exibir uma publicação de um poeta brasileiro.
Aqui vai uma de Manoel de Barros que, com mais de 60 anos de carreira, não publicou muitos livros. Apenas 12. Uma média de um a cada cinco anos. Um rítmo lento que expõe o perfeccionismo de um artista que não hesita em rescrever dezenas de vezes um poema até ficar satisfeito com seu resultado.
Os dois
Manoel de Barros Eu sou dois seres.
O primeiro é fruto do amor de João e Alice.
O segundo é letral:
É fruto de uma natureza que pensa por imagens,
Como diria Paul Valéry.
O primeiro está aqui de unha, roupa, chapéu e vaidades.
O segundo está aqui em letras, sílabas, vaidades, frases.
E aceitamos que você empregue o seu amor em nós.
Manoel de Barros
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